Ex-vereador de Araucária denunciado pela prática de “rachadinha” e dois ex-assessores são condenados pela Justiça por associação criminosa 24/03/2022 - 17:20

Expresso MP

     

     

Um ex-vereador de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi condenado a 34 anos, 10 meses e 17 dias de reclusão e ao pagamento de 300 dias-multa pelos crimes de associação criminosa e concussão. O ex-parlamentar, da legislatura 2013-2016, que exercia seu terceiro mandato, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná, por meio das Promotorias de Justiça de Araucária, pela prática de “rachadinha”. Além dele, também foram condenados dois ex-assessores parlamentares (14 anos, 11 meses e 13 dias de reclusão e 200 dias-multa e 12 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão e 180 dias-multa).

Entre o final de 2018 e o início de 2019, as Promotorias de Justiça de Araucária ofereceram dez denúncias contra vereadores e assessores parlamentares da legislatura de 2013-2016, em consequência das investigações da primeira fase da Operação Sinecuras, do MPPR, batizada de “Mensalinho”. Os réus foram denunciados pelos crimes de organização/associação criminosa, concussão e lavagem de dinheiro.

Pagamentos mensais – O “mensalinho” consistiu em um acordo feito pelo alto escalão do Executivo com membros do Legislativo Municipal para estabelecer um esquema de corrupção institucionalizada na administração pública de Araucária naquele período. Conforme apurou o MPPR, o então prefeito, para assegurar a aprovação de projetos de lei de seu interesse, bem como evitar eventual instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pagava mensalmente R$ 10 mil a cada vereador, além de conceder cargos em comissão no Executivo para pessoas indicadas por eles.

Com a deflagração da operação, em abril de 2018, foram ouvidas dezenas das pessoas indicadas a ocuparem cargos comissionados no Executivo, sendo que 22 delas confirmaram que, além de serem indicadas pelos vereadores para assumirem os cargos, eram obrigadas a repassar uma porcentagem mensal de seus ganhos, bem como demais benefícios (férias, rescisão, auxílio-alimentação e restituição do Imposto de Renda). Algumas chegaram a entregar mais de 70% do salário, sob pena de demissão caso não o fizessem. Três ex-vereadores já foram condenados a partir das denúncias relacionadas à fase “Mensalinho” da Operação Sinecuras.

Matérias anteriores relacionadas à Operação Sinecuras:

08/10/21 – Justiça condena a mais de sete anos de reclusão e pagamento de multa ex-vereadora de Araucária denunciada pelo MPPR por “rachadinha”

04/11/21 – Ex-vereador de Araucária denunciado pelo MPPR por prática de “rachadinha” é condenado a 28 anos e 8 meses de reclusão e pagamento de multa

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09/09/19 – Dois ex-prefeitos de Araucária e mais sete réus são condenados por crimes contra a administração pública investigados na Operação Sinecuras

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18/12/18 – MPPR denuncia nove ex-vereadores e vereadores de Araucária investigados por associação criminosa, concussão e lavagem de dinheiro

19/07/18 – Ação conjunta do Gaeco e da Polícia Militar resulta em prisão de ex-vereador de Araucária investigado na fase Mensalinho da Operação Sinecuras

16/07/18 – Investigado na Operação Sinecuras é condenado por obstrução à justiça

24/05/18 – Preso na Operação Sinecuras, ex-presidente da Câmara Municipal de Araucária tem pedido de liberdade negado pelo STJ

15/05/18 – Gaeco prende investigado na Operação Sinecuras, que apura crimes cometidos em Araucária e já levou à prisão vários políticos da cidade

13/04/18 – Mais três pessoas são presas em decorrência da Operação Sinecuras, que investiga crimes com envolvimento de políticos de Araucária

05/04/18 – Operação Sinecuras cumpre 21 mandados de prisão em Araucária

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